As oportunidades em meio às crises

Daniel Alonso analisa o comportamento do consumidor frente à crise
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Por Daniel Alonso *

Não precisa ser economista para sentir a reação do consumidor. A economia brasileira está recuando e, conforme li outro dia num jornal especializado em indústria e comércio, se acumularmos nove trimestres negativos a recessão será a mais prolongada alcançando níveis maiores desde a crise de 1930.

Quem me conhece e trabalha comigo sabe o quanto sou otimista. Me mantenho otimista sim, penso que o otimismo confere uma força que nos faz transpor qualquer barreira e qualquer obstáculo.

Contudo, a queda no consumo das famílias é um sinal de alerta. Se você acompanhar os níveis de vendas do varejo, perceberá, que os produtos de primeira necessidade, como os de gêneros alimentícios vendidos por supermercados e os medicamentos, comercializados por farmácias, não sofreram queda, pelo contrário: apresentaram até mesmo alto desempenho.

Traduzo tudo isso numa simples análise: o consumo reduziu, mas não parou. A classe C, importantíssima na composição da economia brasileira, continua mantendo suas compras, porém, transferindo as aquisições. Ou seja, optando por preços e quantidade. Antes de comprar, pesquisa e opta por aquele produto mais em conta e que possa estar sendo oferecido numa promoção.

Esta migração no consumo também se dá quando o assunto é trabalho. Ao se ver na iminência de ficar sem uma ocupação, os brasileiros partem para a produtividade no que puder encontrar. A grande camada trabalhadora do Brasil não fica parada, sem ocupação regular. Pode até ser que fique sem emprego registrado em carteira, mas sem gerar renda não.

Muitos dos que perderam o emprego na indústria se recolocam no comércio e, quando não, na construção civil. Aceitam trabalho a partir das oportunidades e frentes que surgem, sem que isso lhe causem constrangimento. Conheço profissionais que estavam na classe AB e que, ao perderem seusempregos, tiveram muitas dificuldades em se recolocar, mesmo encontrando vagas disponíveis. É que o perfil não se encaixava no que ele imaginava de status. Nesta hora, não se deve pensar em status profissional, se deve pensar na oportunidade que lhe é oferecida. Por isso, que a chama empreendedora nunca deve ser apagada dentro do brasileiro.

Quantos empresários de sucesso hoje não eram o desempregado de ontem que viu na venda de porta em porta, na fabricação de pequenos produtos ou até mesmo na prestação de serviços, a oportunidade de suas vidas? As oportunidades surgem nos momentos de crise. Reflitam sobre isso!

 

* Daniel Alonso é empresário, diretor da rede de lojas Casa Sol e ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim)

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