Com tantas informações sobre a doença e, para piorar, as chamadas "fake news" (notícias falsas) é difícil controlar a ansiedade neste período de pandemia do Covid-19 (coronavírus).
Por isso, o portal Visão Notícias traz um artigo da Psicóloga Marina Cristina Zotesso, professora do departamento de psicologia da Universidade de Marília – Unimar. Confira:

Marina Cristina Zotesso
Em um momento de crise a qual a população mundial vive com a pandemia do coronavírus, muitas informações tem sido propagadas e divulgadas à comunidade. Algumas delas com teor verídico e colaborativo, outras, no entanto, de caráter especulatório e com pouco embasamento cientifico.
A realidade é que muitas informações estão sendo divulgadas, em especial de forma circulatória nas redes sociais, trazendo repercussões a outro âmbito de saúde: como a saúde psicológica.
Com a indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o isolamento social, a fim de redução da contaminação e proliferação do vírus, muitos indivíduos não estão sabendo lidar com a solidão, interação social limitada, bem como a falta da rotina. Dessa forma sintomas de ansiedade, depressão, compulsão alimentar, entre outros começam a serem quadros comuns em tão pouco tempo de quarentena.
Sabe-se que de forma geral a população brasileira ocupa o primeiro lugar no ranking dos países com a população mais ansiosa do mundo e em situações de crise como a atual vivenciada isso irá aumentar.
Um ponto de destaque que cabe ser mencionado é que muitos indivíduos, preocupados com a imprevisibilidade do amanhã e medo de adquirir o vírus, começam a apresentar sintomas que acreditam serem do coronavírus, contudo em alguns casos, nada mais é do que uma similaridade com os sintomas de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada). Tais sintomas são: falta de ar, diarreia, fadiga, entre outros que podem ser sentidos em função de uma somatização decorrente da ansiedade e do medo de contrair o vírus.
O momento requer tranquilidade e cuidados básicos, pois as pessoas começam a exibir comportamentos, decorrentes da ansiedade, que são extremamente prejudicais a saúde individual e coletiva, como: compulsão por limpeza, comida, escassez de readaptação da rotina e compras excessivas.

Recomenda-se que nesses momentos de quarentena as pessoas busquem um maior autocontrole, a fim de evitar o aumento de quadros ansiosos e condições associadas.

Estratégias indicadas para esses momentos podem ser iniciadas pela reorganização da rotina, pois mesmo que em isolamento e em suas respectivas casas, fiquem atentos para a necessidade de horários, atividades que estimulem a cognição e pensamento, como uma boa leitura, prática de atividades físicas e redução do tempo dedicado as redes sociais.
Um ponto de extrema importância que pode auxiliar a população é que vários psicólogos estão prestando atendimentos online, dessa forma, podendo não somente auxiliar em demandas emergências e de crise, refletir sobre as angustias atuais, medos e inseguranças. Objetivo é proporcionar maior equilíbrio emocional, qualidade de vida e ampliação da saúde psicológica.
Para momentos como o que vivemos atualmente a principal sugestão é para que acatem as orientações da OMS sobre o isolamento, redobrem os cuidados com higiene e cuidem da saúde mental, para que não haja consequências psicológicas e comportamentais após a superação da pandemia.
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* Marina Cristina Zotesso
Doutora em Psicologia pela Unesp- Bauru
Psicóloga Clínica Comportamental em Marília (Clínica Behavior)
Professora do departamento de psicologia da Universidade de Marília – Unimar.
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