Um casal de advogados de Marília foi um dos alvos da Operação "Sepulcro Caiado", desencadeada pela Polícia Civil do Mato Grosso nesta quarta-feira (30). Eles foram encaminhados à Central de Polícia Judiciária onde ainda prestava depoimento até agora à noite. A operação apura um esquema que causou um rombo de mais de R$ 21 milhões na Justiça do Mato Grosso.
Foram cumpridas mais de 160 mandados judiciais, sendo 11 mandados de prisão, 22 mandados de busca e apreensão, e 16 ordens de bloqueio judicial, além de 46 quebras de sigilo fiscal e bancário, sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. Além de Marília, as ordens são cumpridas pela Polícia Civil em Cuiabá e Várzea Grande.
Um dos presos é conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT). Ele foi preso na própria delegacia, para onde havia comparecido para acompanhar as diligências.
"Por coincidência, um desses representantes [da OAB] que foi encaminhado era um alvo da operação. No momento em que encerramos o briefing, já foi dado voz de prisão ali mesmo. Teve uma surpresa ali, mas sem nenhum estresse, correu tudo tranquilo", detalhou o delegado Pablo Gustavo Borges, responsável pela investigação da Delegacia Especializada de Estelionatos. Confira entrevista (em vídeo), clicando AQUI.
Como funcionava o esquema
Três servidores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ/MT) e onze advogados estariam envolvidos. O esquema descoberto é que um servidor do Poder Judiciário (também alvo da operação), fazia a migração do respectivo valor da conta única do TJ/MT, usando comprovantes falsificados.
Delegados que comandaram a operação durante entrevista coletiva.
Pelo que a polícia apurou, ele alterava o processo para que constasse que o dinheiro estava disponível que eram resgatados através de alvará. Os levantamentos iniciais identificaram 17 processos protocolados pela quadrilha entre os anos de 2018 e 2022.
Entre as vítimas identificadas, estão empresários e pessoas físicas que descobriram processos judiciais em seus nomes com dívidas "quitadas" de até R$ 1,8 milhão, quando os empréstimos originais não ultrapassavam R$ 100 mil. Em um dos casos mais graves, uma pessoa interditada judicialmente foi vítima do esquema.
Nome da operação - Segundo a Polícia Civil, "sepulcro caiado" é uma expressão que se refere a pessoas ou situações que aparentam ser boas, justas ou corretas por fora, mas que, por dentro, são corruptas, hipócritas ou más.
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