A indignação coletiva em Marília

Debate público sobre concessão não deve ser deixado a segundo plano, afirma Daniel
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Por Daniel Alonso*

O projeto que transfere o Daem, um patrimônio municipal de quase cinco décadas, foi aprovado em primeira discussão após dois dias de sessão da Câmara Municipal de Marília.

Como mencionei no artigo da semana passada, o que nos fez pensar muito nesta decisão da administração municipal foi o fato de que esta não havia sido uma promessa de campanha. Ou seja, durante a corrida eleitoral para o cargo de prefeito o posicionamento do atual ocupante era outro: declarou nitidamente que não iria vender ou conceder a autarquia municipal para a iniciativa privada.

Pelo contrário, fez afirmações de que a saída, em caso de vitória nas urnas, seria arecuperação do Departamento de Água e Esgoto de Marília. O curso da história do município seguiu e não foi exatamente isso que aconteceu.

Ainda sob o efeito do choque de tal medida, quero compartilhar aqui um posicionamento com relação a esta concessão, ou outras que poderão vir. Acredito que o debate público não pode ficar relegado ao segundo plano. A sociedade mariliense precisa manter-se unida para monitorar cada passo do que ainda está para acontecer com a questão dos serviços de abastecimento de água e coleta do esgoto sanitário.

Fala-se em abertura de edital, concorrência e até mesmo, já ouvi, que audiência pública sobre o assunto irá ocorrer. Pode até ser que as tais audiências ocorram, mas, como o direito de concessão é da administração municipal, com aval do Legislativo - e neste caso o aval já está com meio caminho andado, dificilmente as coisas mudariam numa consulta pública.

O que precisa ficar vivo é o espírito de monitoramento, para que, o edital que vier a reger esta futura concessão não seja lesivo à população de Marília e muito menos aos servidores do Daem.

A sensação de consternação diante a este projeto foi tamanha, que na minha página pessoal do Facebook, onde postei um vídeo me posicionando contrário a intenção de concessão da autarquia, ocorreram mais de 70 mil visualizações, abrangendo mais de 120 mil pessoas. Mais de 2.225 pessoas curtiram o vídeo e ocorreram mais de 1.130 compartilhamentos.

Tudo isso demonstra que o assunto não era para ser tratado da forma como foi:da noite para o dia.Realmente fomos pegos de surpresa. Toda esta indignação coletiva não pode ficar represada e necessitamos cumprir nossa função cidadã de fiscalizar os atos e atitudes dos nossos representantes. Acredito que Marília deixou claro para todos que queria continuar tendo sob o seu controle o essencial recurso da água.

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Daniel Alonso é empresário, diretor das lojas Casa Sol e presidente da Acomac do Centro Oeste Paulista e ex-presidente da Acim de Marília

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