Durante 24 anos, o dentista brasileiro Daniel Felipe Cervelati do Amaral, 49 anos, trabalhou e levou uma vida tranquila e segura em Portugal. Ao retornar a São Paulo em fevereiro deste ano para visitar o pai doente, ele foi assassinado a tiros em um cativeiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).
A Polícia Civil identificou cinco sequestradores. Quatro foram presos e condenados a mais de 40 anos, cada, na última quarta-feira (26/07). O mentor do crime não foi julgado e continua foragido.
Daniel desembarcou no país em 10 de fevereiro em São Paulo, onde visitaria o pai enfermo e o acompanharia em uma consulta médica. No dia 23, o dentista saiu de casa para encontrar amigos e não voltou mais.
O dentista foi atraído por golpistas em um site de relacionamento e acabou sequestrado por uma quadrilha de criminosos ligada ao PCC e foi mantido por 15 horas em um cativeiro zona norte de São Paulo.
Daniel foi obrigado a ligar para os cuidadores do pai e dizer que havia sido parado em uma blitz policial e precisava com urgência da carteira com cartões bancários. Ameaçado de morte, ele teve de dizer que mandaria um motorista de aplicativo ir buscar. Os criminosos queriam os cartões da vítima para fazer transferências via Pix.
No cativeiro, os criminosos não conseguiram transferir dinheiro, mas fizeram diversas compras usando um cartão de crédito internacional de Daniel. Os ladrões se revezavam para vigiar a vítima e a intenção era deixá-lo por longo tempo no cativeiro e tirar o máximo de dinheiro das contas dele.
Quatro tiros disparados
Já no dia 24 de fevereiro, o criminoso Paulo César Silva Ferreira, 33, o "Chupa Rato", entrou na casa usada como cativeiro e o dentista percebeu que havia apenas um criminoso na residência e tentou fugir. Ele entrou em luta corporal com o sequestrador, que armado de pistola calibre 45, atirou quatro vezes na vítima.
Câmeras de segurança da rua registraram o momento em que o criminoso pulou o muro da casa e os policiais militares foram acionados e encontraram o dentista sangrando muito e agonizando no local.
Gravemente ferido, Daniel ainda contou que havia caído em um golpe e fora vítima de sequestro. Ele foi socorrido, mas morreu uma hora depois.
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