Família faz manifestação após morte de calheiro por Covid-19 em Marília

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O motivo é mais uma vez pela falta de vagas em UTI. Vítima, de 53 anos, morreu no PA Sul. Prefeitura deixa de divulgar locais onde as vítimas fatais estavam internadas.

Quem passou na manhã deste sábado em frente à Prefeitura, na avenida Sampaio Vidal, em Marília, foi surpreendido com algumas pessoas segurando uma faixa que era exibida principalmente quando o semáforo estava vermelho.

Familiares do seu Carlos seguram a faixa de protesto.

Tratava-se de um protesto silencioso de familiares do serralheiro Antonio Carlos Serrano, de 53 anos, que morreu no último fim de semana, vítima da Covid-19.

De acordo com a esposa dele, Suzana Serrano, a morte poderia ter sido evitada se ele tivesse sido internado numa UTI, já que seu quadro clínico era bem grave.

Aliás, essa situação já foi mostrada aqui no Visão Notícias, ou seja, o mesmo drama vivido por outras famílias

"É um grito de desespero", afirmou a ex-esposa que espera, com essa manifestação, alertar as autoridades sobre a situação dramática que ocorre nas unidades de pronto atendimento, devido ao grande número de pacientes com a Covid-19 e que precisam de um leito de UTI.

Situação dramática

Suzana conta que seu esposo testou positivo para o novo coronavírus na segunda-feira da semana passada e já no dia seguinte começou a sentir falta de ar. Como tinha comorbidades (hipertenso e obeso), foi levado até ao PA Sul, onde os médicos decidiram que precisaria de oxigênio.

Na foto, tirada pela família, seu Carlos se prepara para receber oxigênio, sentado numa cadeira no PA Sul.

Mas, como não haviam macas disponíveis, ficou o dia todo sentado numa cadeira. Já na quarta-feira, finalmente os funcionários do PA conseguiram uma maca.

O quadro clínico do seu Carlos foi se agravando a cada dia até o ponto de que os médicos decidiram entubá-lo alí mesmo na unidade, na sexta-feira e tentavam uma vaga em UTI.

A vítima acabou morrendo no sábado à tarde, vítima de parada cardiorrespiratória.

Antonio Carlos Serrano morava no bairro Monte Castelo e era uma pessoa muito conhecida, trabalhando como calheiro e serralheiro.

Protesto

Como a situação está muito difícil nas unidades, devido ao grande número de pacientes com o novo coronavírus, a família de Carlos decidiu realizar o protesto neste sábado. "Não tem vagas em UTI. Alguém precisa fazer alguma coisa. As pessoas estão morrendo", protestou Suzana Serrano.

Aliás, o último balanço oficial, divulgado ontem à noite, mostra que a taxa de ocupação permanece em 100% nas UTIs tanto do SUS quanto particulares/convênios.

Aliás, ela já adiantou que a família fará um novo protesto, na próxima semana, colocando 40 cruzes em frente à Prefeitura, como forma de lembrar este que seria o número de óbitos que ocorreram no PA Sul e UPA Norte desde o início da pandemia, por falta de vagas em hospitais. 

"A Prefeitura deixou até de divulgar nos boletins onde as pessoas estavam internadas porque a maioria está morrendo mesmo nas unidades e não nos hospitais", disse e a ex-esposa.

Outro lado - O portal Visão Notícias tentou contato com a assessoria de imprensa da Prefeituira e na Secretaria Municipal da Saúde, sobre essa situação das unidades de pronto-atendimento e também na questão das divulgação dos óbitos.

Mas, até o fechamento desta matéria não houve nenhuma resposta oficial. Em recente entrevista sobre a falta de vagas de UTI, o secretário Cássio Luis Pinto Junior, disse que a liberação de leitos é feita pela Central de Regulação que é de responsabilidade do governo do Estado.

 

 
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