A assessoria de imprensa da Prefeitura de Marília ainda não se manifestou sobre as declarações do governador João Doria que taxou como "rebeldes" prefeitos como Daniel Alonso que tentam furar o Plano SP de retomada econômica, autorizando abertura de segmentos fora das fases estabelecidas. Doria disse que esses administradores ficam em situação "vexatória" porque em 48 horas têm que voltar atrás e seguir o plano, por determinação judicial.
As declarações foram feitas no começo desta tarde, durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes para anunciar a prorrogação da quarentena até o dia 28 de junho e ao mesmo tempo definir em que fase as regiões do interior ficarão pelo menos até o dia 17, quando acontece nova atualização do painel do Plano SP.
A situação piorou no interior e quase todas as regiões agora estão na fase 2 ("laranja") --inclusive Marília-- enquanto que algumas retroagiram para a fase vermelha (a pior de todas) como é o caso de Presidente Prudente que até então estava na fase amarela.
Situação vexatória
A coletiva seguia dentro da tranquilidade e o governador estava até de bom humor ao brincar com os jornalistas que faziam perguntas pela internet.
Mas, ao responder à uma das perguntas resolveu mandar "um recado" para prefeitos como Daniel Alonso (Marília) e Caio Aoqui (Tupã) que não aceitaram seguir as medidas determinadas pelo Governo do Estado, autorizando a reabertura de segmentos previstos em outras fases, como bares, restaurantes, academias e salões de beleza.
João Doria chamou esses administradores de "rebeldes" porque "tentam romper a orientação do Plano SP e tentam relaxar onde não devem".
Ele elogiou publicamente o Ministério Público que tem entrado com ações na justiça para derrubar decretos municipais mais flexíveis. "O Ministério Público tem exercido um papel excepcional, correto e rápido", afirmou.
E disparou contra aqueles que tomaram essa atitude: "chega a ser vexatório um prefeito determinar a abertura, rompendo a orientação do Estado, e em menos de 48 horas tem que fechar". Acrescentou ainda que "é pior ainda os que recorrem e perdem o recurso no Tribunal de Justiça" (como foi o caso de Marília).
Tupã, a exceção
Prefeito de Tupã, Caio Aoqui, continua com autonomia para tomar decisões sobre a Covid-19
O governador João Doria declarou ainda que "todos os prefeitos" que entraram com recursos perderam no Tribunal de Justiça.
Mas, ele se "esqueceu" que há pelo menos uma exceção: a Prefeitura de Tupã continua com liminar concedida pelo TJ-SP autorizando a tomada de decisões sem seguir o plano SP.
Repercussão
O portal Visão Notícias entrou em contato com a assessoria de imprensa do prefeito de Tupã, Caio Aoqui, para repercutir as declarações do governador. Mas, até agora nenhuma nota oficial ou entrevista foi concedida sobre o assunto.
No caso do prefeito de Marília, Daniel Alonso, ele deve conceder uma coletiva daqui a pouco, às 17h, logo após mais uma reunião do comitê de combate ao novo coronavírus. A expectativa é de que se pronuncie sobre as declarações do governador Doria.
Confira as declarações do governador sobre os prefeitos "rebeldes":
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