Total de faltosos chegou a 15% (cerca de 28 mil). Se as abstenções, brancos e nulos mantiverem números semelhantes a 2016, serão cerca de 49 mil votos a menos. Isso daria para eleger um prefeito.
Enquanto milhares de eleitores enfrentaram nesta quinta-feira uma enorme fila para último dia do cadastro biométrico, em Marília políticos e pré-candidatos fazem as contas de quantos votos poderão perder nas urnas em 2020.
Juntando-se aos faltosos na biometria, com abstenções (sempre altas na cidade), brancos e nulos, as perdas poderão chegar a 47 mil votos. Para se ter uma ideia, Daniel Alonso foi eleito com 50.113 votos.
De acordo com informações divulgadas no começo da noite pela Justiça Eleitoral, hoje foram cadastrados mais 1.567 titulos. Dessa forma, Marília atingiu um total de 147.967 eleitores com biometria. Foram distribuídas senhas para que fosse feito o atendimento sem tumultos. O número oficial só deve ser divulgado nos próximos dias pelos Cartórios Eleitorais.
Levando-se em conta que estão registrados 178.539 eleitores, ficarão de fora do cadastro e consequentemente das eleições 2020 (além de outras penalidades) cerca de 28 mil pessoas. Portanto, com este número "negativo" que os candidatos deverão iniciar a estratégia para as próximas eleições.
Matéria atualizada às 19h20
Eleitores durante o cadastro de biometria no Cartório Eleitoral, em Marília.
Oposição está preocupada
A preocupação maior é dos candidatos oposicionistas, mesmo porque o atual prefeito Daniel Alonso (candidato a reeleição), por ser empresário, foi eleito principalmente por eleitores de zonas eleitorais onde teoricamente a biometria obteve uma adesão bem maior e seu desempenho pode continuar o mesmo em 2020.
É o que admitiu hoje cedo o ex-deputado Abelardo Camarinha (foto), em entrevista ao portal Visão Notícias. Aliás, ontem nossa reportagem flagrou o político oposicionista (pré-candidato a prefeito, embora com os direitos políticos suspensos pelo Tribunal de Justiça) acompanhando os números no Cartório Eleitoral.
Pelos seus cálculos, entre 27 a 30 mil eleitores não farão a biometria (números bem próximos da previsão da Justiça Eleitoral).
Abelardo Camarinha reconheceu que a biometria deve prejudicar os candidatos "populares":
"Segundo levantamento feito por mim ontem os colégios eleitorais de bairros de maior poder aquisitivo tiveram um comparecimento em torno de 90% ou mais; e bairros mais populares como Sta Antonieta Costa e Silva estavam na faixa de 70%. A população periférica não foram atingidas e motivadas para a Biometria e suas consequências".
Eleitores que deixaram para os últimos dias enfrentam dificuldades e filas para fazer o cadastro biométrico
Ele acrescentou que a perda maior eleitoralmente "com absoluta certeza os candidatos populares que tem seus redutos eleitorais na massa dos bairros e votos dos idosos...eu particularmente penso que perco 8 mil votos...houve falha de comunicação entre TRE e os eleitores..em suma no meu ver é isso perda nos bairros considerada e comparecimento gde dos bairros nobres..os candidatos do povão perderam o primeiro round".
Relembre os números
Nas últimas duas eleições municipais, as abstenções (eleitores que não compareceram às urnas) foram bem elevadas em Marília. Em 2016, por exemplo, chegou a 39.924 (23,6% do total) enquanto que na anterior (2012) foi de 30.961 (19,06%) eleitores.
Nulos: Enquanto que em 2012 um total de 7.273 resolveram anular seu voto, na eleição seguinte este número saltou para 12.525, ou seja, 9,7% do total
Já os votos brancos se mantiveram num índice parecido nas duas últimas eleições: foram 5.880 (4,55%) em 2016 enquanto que na eleição anterior, 4.926 votos (3,75%).
Eleição - O atual prefeito, Daniel Alonso, foi eleito com 50.113 votos (45,25%) vencendo o então candidato a reeleição, Vinicius Camarinha, que obteve 48.218 (43,54%).
Influenciar os resultados
Levando-se em conta a situação eleitoral em 2016 (abstenções, nulos e brancos) e mais esse resultado da biometria, os candidatos a prefeito e a vereador começam a partir de agora a refazer os seus cálculos.
O ex-prefeito Abelardo Camarinha já faz o seu prognóstico, na entrevista ao Visão Notícias:
"Previsão para 2020 empiricamente: de 150 mil eleitores 18% não comparecerão. Ficam 123 mil eleitores. Você pode tirar mais 12% de branco e nulo, sobram 108 mil, quase igual a 2016. Para vereador o número de branco e nulo aumentará o que faz diminuir o coeficiente. Se a crise perdurar, abstenção, branco e nulo aumentarão".
Perdi o prazo. E agora?
Funcionários do Cartório Eleitoral: a partir janeiro apenas dois irão atender para o cadastro de biometria e por agendamento.
Para aqueles eleitores que não conseguirem fazer o cadastro biométrico até o final desta tarde, o título será cancelado e assim permanecerá até que o eleitor procure a Justiça Eleitoral para efetuar o seu recadastramento biométrico. No caso de Marília, por exemplo, o prazo será reaberto apenas em janeiro e mesmo através de agendamento.
De acordo com a chefe do Cartório Eleitoral (Zona 70), Karina Marcussi Gomes (foto), as dificuldades serão maiores uma vez que estarão funcionando apenas dois guichês para a biometria (os funcionários terceirizados serão dispensados a partir deste dia 19) e o prazo só irá até o começo de maio, já que depois disso o Cartório terá que cuidar exclusivamente das eleições municipais.
Dessa forma, ela recomenda aos eleitores faltosos que procurem fazer o agendamento no Cartório o mais rápido possível, mesmo porque a partir de agora o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) iniciará o processo de cancelamento dos títulos desses eleitores.
Sem o Título de Eleitor, o cidadão terá as seguintes penalidades:
- Não consegue emitir passaporte;
- Não consegue se matricular em instituições de ensino;
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