Os Ministérios Públicos Federal e Estadual recomendaram à Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte de SP) que realize audiência pública no município de Marília para colher sugestões sobre o projeto de concessão do sistema rodoviário que abrangerá trechos de 12 rodovias paulistas nas regiões de Piracicaba, Rio Claro, Jaú, Bauru, Marília, Assis e Panorama.
Os MPs pedem que sejam promovidos um ou mais encontros, em auditório com capacidade mínima de 300 lugares, de forma a permitir a ampla participação da sociedade.
Hoje (08) pela manhã foi realizado uma reunião na Associação Comercial e Industrial de Marília (ACIM) para debater o problema, reunindo também lideranças da região.
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O projeto tem prazo de concessão de 30 anos e previsão de investimentos da ordem de R$ 9 bilhões.
Para o MPF, a previsão de localização inicial das praças de pedágio pode levar municípios dependentes economicamente a ficarem ilhados, resultando em um grande ônus econômico às pessoas que necessitam se deslocar entre essas cidades e centros maiores.
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Reunião nesta manhã, na ACIM, reúne lideranças da região para debater os pedágios.
No entanto, apesar da envergadura do projeto e do potencial de afetar munícipes de variadas regiões do estado, foram marcadas apenas cinco audiências para que a população, a sociedade civil organizada e instituições públicas e privadas possam discutir e contribuir com a formatação do plano de concessão. Os encontros acontecerão em São Paulo, Rio Claro, Bauru (será nma próxima segunda, dia 11), Osvaldo Cruz e Rancharia. O prazo para consulta pública se encerra no dia 20 de março.
FORA DO DEBATE
A Procuradoria também ressalta que o projeto em discussão não cita medidas urgentes que deveriam ser implementadas no trecho da SP-294 que passa pelo distrito de Padre Nóbrega.
A região, que tem experimentado um brutal aumento do tráfego de veículos e movimentação de pedestres em virtude do abrupto incremento populacional, necessita de tratamento específico e prioritário na proposta de concessão, com a implantação de vias marginais, novos trevos e passarelas.
"São soluções que não ficaram explícitas e necessitam ser profundamente debatidas por meio de audiência pública a ser realizada em local de fácil acesso às comunidades envolvidas", afirmam o procurador da República Diego Fajardo Maranha Leão de Souza e o promotor de Justiça Rodrigo de Moraes Garcia, autores da recomendação.
REPETIÇÃO DO ERRO
Naquela ocasião, os munícipes de Marília foram igualmente alijados da discussão sobre a concessão. Ao fim, a implantação do projeto trouxe severos impactos para os usuários da rodovia e para moradores de bairros e distritos da cidade, situação que levou o MPF a pedir a suspensão da cobrança de pedágio, por meio de ação civil pública que corre perante a 3ª Vara Federal de Marília.
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