Jean Wyllys diz que vírus da burrice atinge parte do Brasil

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Quase um mês após renunciar a seu cargo político e deixar o país sob ameaças, o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) corre a Europa dando palestras sobre a situação política nacional. Começou em Berlim, cidade onde afirma estar morando com a ajuda de amigos, e diz já ter sido convidado a falar em Portugal, França, Suécia e Canadá.

"Nem todo mundo está contaminado pelo vírus da burrice e do preconceito que infectou o novo governo do Brasil e parte dos eleitores que o aplaudem", afirmou à reportagem na última segunda (18), pouco antes de dar uma conferência na Fundação Rosa Luxemburgo, ligada ao partido alemão A Esquerda. Ali, poucas horas depois, deu uma entrevista coletiva tecendo críticas à política de segurança encampada pela nova gestão.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Wyllys lançou dúvidas sobre o empenho de Sergio Moro, tendo a Polícia Federal sob seu guarda-chuva, para investigar as denúncias de ameaças feitas contra ele. "Não confio na disposição dele em chegar ao fundo de lodaçal, pois estou convicto de que, no fundo desse esgoto, estão pessoas ligadas à família que lhe convidou pra ser ministro da Justiça."

O ex-deputado acredita que, por trás do escândalo dos laranjas do PSL, que acabou levando à exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro, tenha menos a ver com corrupção e mais com uma eventual interferência do ex-secretário-geral da Presidência em assuntos ligados às milícias.

Particularmente ligado à causa LGBT, Wyllys era uma das caras mais conhecidas da esquerda no parlamento, a mesma que agora se vê um tanto atarantada diante da ascensão conservadora que veio a reboque da posse do atual presidente. Apesar do fogo cruzado entre forças como o PT e o PDT de Ciro Gomes, ele discorda que haja uma desagregação da oposição.

Ao anunciar que deixaria o país, Jean Wyllys afirmou que não acompanharia a repercussão de sua decisão. Semanas depois, diz que só viu mais o que publicações internacionais divulgaram.

O governo francês, afirma, lhe ofereceu asilo político, mas ele preferiu não aceitar porque demora muito e porque crê que há outras pessoas que precisam disso. Em vez disso, vai tentar um visto de estudante ou de pesquisador na Alemanha. É por meio de sua atividade intelectual e literária que ele espera fazer oposição ao governo Bolsonaro.

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