Idoso voluntário completa um século de vida com saúde e alegria
Às vésperas de completar 100 anos, lá estava ele com uma vassoura na mão e sorriso largo no rosto, embaixo de sol escaldante recolhendo toda sujeira do quarteirão onde mora, em Pirajuí (86 quilômetros de Marília).
Detalhe: sem ganhar nada em troca. Enquanto colocava as folhas em um saco plástico, dizia, preocupado em agradar: “Acabando aqui, vamos tomar um café”.
Parece até história fictícia, mas, neste caso, o personagem é real e tem nome: Olívio Borges, que na próxima sexta-feira completa um século de vida com saúde e disposição de um jovem.
Mas qual será o segredo de sua longevidade? Para ele, viver tanto, e bem, se resume em um ato simples e inspirador: ajudar o próximo. “Fazer o bem e não olhar quem. Também não pode abusar e fazer extravagâncias”.
Abusar, entretanto, só se for no trabalho. Seu Olívio nasceu em Bauru, no dia 24 de outubro de 1914, em uma fazenda da cidade. Aos nove anos, já ajudava os pais na roça, capinando café. “Era serviço pesado, com machado e enxadão o dia todo”, lembra.
Aos 15 anos, mudou-se com a família para Pirajuí, pois o pai havia recebido proposta de trabalho, também na roça. Cinco anos depois, foi tentar a sorte em uma cidade do Mato Grosso, onde ficou por pouco tempo.
Quando retornou a Pirajuí, um de seus irmãos o ensinou a dirigir e ele arrumou trabalho como motorista de caminhão. “Puxava tora de madeira”, contou. Olívio se casou e teve uma filha, hoje com 53 anos. Sua esposa morreu de câncer aos 90 anos, em 2004. “50 anos casados e nunca brigamos. Fiquei chateado, mas o que Deus faz, temos que aceitar”, disse.
Seu Olívio se aposentou como motorista em uma distribuidora de bebidas de Pirajuí, onde trabalhou por muitos anos. “Viajei o Brasil todo sem saber ler”, orgulha-se.
Hoje, na sua casinha simples de madeira, ele leva uma vida ativa e sua rotina não é das mais comuns para uma pessoa da sua idade. Também gosta de cuidar da horta, que ele mantém em quintal doado por um comerciante do bairro. A alegria de Olívio, contudo, é distribuir verduras aos vizinhos e amigos. “Muita gente me pede e faço questão de doar”, conta.
“Que venham mais 100 anos. Quero viver mais”. Essa é a expectativa de seu Olívio, que se diz apaixonado pela vida.
Fonte JCNET - Foto: Marcus Liborio
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