Ivan Evangelista Jr. : é uma casa portuguesa com certeza

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Por Ivan Evangelista Jr. *

Ao cruzar a linha com destino a zona oeste da cidade já se pode avistar o marco histórico que registra a dinâmica presença da comunidade portuguesa em terras marilienses. Não sem antes lembrar dos pioneiros Pereira e Pereirinha, cujos nomes e busto estão eternizados na Praça Saturnino de Brito, pioneiros das Terras do Alto Cafezal e princípio de tudo que Marília é hoje.

O Marco com a coroa e a Cruz de Malta em cima do monumento é uma replica do mesmo Marco que os portugueses fincavam nas terras que descobriam após as aventuras das navegações orientadas pela intuição do navegador mor, pelas pesquisas nos escassos mapas, pela intuição dos tripulantes das naus e pela sede de descobrir novos horizontes nesta terra de meu Deus.

A Casa de Portugal instalada na Av. Ipiranga, 125 tem ali a materialização de um sonho de muitos portugueses que se uniram para ancorar todo o amor que ainda guardam pela terra mãe. Vitor Violante, um dos membros desta comunidade nos contou que o projeto surgiu em 1993 a partir de uma rifa feita entre eles para comprar um antigo hotel que ocupava a grande área central. 

E foi assim que após a comercialização da rifa e com mais alguns investimentos eles compraram o prédio e o terreno, e em 1º de dezembro de 1996 foi inaugurada a nova sede.

O edifício da Casa de Portugal foi erguido com o mesmo estilo das edificações portuguesas, lembra um castelo à beira mar com os típicos recortes no alto dos muros.  

Na calçada de petit pavet banca que cobre toda a extensão das instalações, observa-se as várias imagens da Cruz de Malta que nos passam a mensagem: aqui é Terra de Portugueses, seja bem-vindo.

Depois de construída a Casa de Portugal se deu o início da comercialização do futuro condomínio residencial.

A idéia atraiu a atenção de famílias portuguesas radicadas em Marília que teriam ali uma espécie de reduto, valorizando a cultura, as tradições e amizades duradouras  e toda a alegria e o orgulho de ser um Português.

O prédio leva o imponente nome de Edifício Sagres, homenagem a  instituição fundada pelo infante Dom Henrique, no século XV, com o fim de estimular as navegações portuguesas.  

Café no palito

Uma tradição que se mantém ate hoje é o jogo do palito que antecede o cafezinho na esquina. Eles se reúnem todos os dias e impreterivelmente às 9h30 começa o jogo com palitos de caixa de fósforo.

Na adivinhação de quantos palitos estão ocultos na mão fechada do oponente, quem acerta tira um, e assim vai até que ao retirar os três tentos do jogo ele se salva. O último a ficar com palitos é quem paga o café. Como bons portugueses isto é uma rotina quase que religiosa e os mantém unidos como gostam de ser.

Por anos o jogo do palito aconteceu na loja e estúdio do querido amigo Manuel Joaquim Pires, vice-cônsul de Portugal na cidade, grande fotógrafo e pioneiro que veio de barco para terras brasileiras.

Outra referência da presença dos portugueses em Marília são as serrarias que proviam as madeiras para as primeiras edificações populares  também a instalação do requintado restaurante Atlântico no alto do edifício Marília.   

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* Ivan Evangelista Jr, pesquisador e membro da Comissão de Registros Históricos de Marília

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