Dados do Ministério da Saúde apontam que cada dia mais a população está se tornando obesa. Além da obesidade, muitos se encontram 'acima do peso'. O cenário serve de alerta ao sedentarismo e para as mudanças de hábitos alimentares, mas também reforça o combate ao preconceito.
É essa mensagem contra a gordofobia que a jornalista e youtuber Naiana Ribeiro, 23 anos, pretende passar desde que desenvolveu a PLUS - uma revista para mulheres e adolescentes gordas, que tem mais de 10 mil acessos, no endereço www.eusouplus.com. Veja mais na entrevista a seguir:
A revista e portal PLUS surgiu com a ambição de concretizar um sonho antigo: o de produzir um conteúdo inovador, inclusivo e personalizado para garotas adolescentes gordas. Apesar de ter sido pensada de início para estas jovens, atualmente a PLUS se posiciona como uma revista que quer representar todas as mulheres, principalmente as que se sentem excluídas pelos moldes e padrões “tradicionais”.
De que maneira você utiliza o veículo para tratar o assunto e combater a gordofobia?
Pessoalmente, apesar de ter sofrido com o que algumas pessoas falavam, ser gorda nunca foi um problema. A PLUS traz uma linha editorial paralela e alternativa ao que é seguido por essas publicações, que muitas vezes seguem a mesma linha de abordagem e as mesmas pautas e ainda produzem conteúdos contraditórios. Ao mesmo tempo em que recomendam que as adolescentes sejam elas mesmas, por exemplo, produzem editoriais de moda sempre com modelos magras.
Como você lida com a relação entre peso e saúde?
Apesar de ser verdade no imaginário de muita gente, a correlação entre peso e (não) saúde deve ser questionada. Tem muita gente que é gordo e é saudável. Assim como pessoas magras que têm problemas de saúde. Para a medicina, só existem dois caminhos extremos: cirurgia e medicamentos. É importante que, independente do peso, pratiquemos atividades físicas e cuidemos da nossa saúde regularmente.
Além de consequências psicológicas, a gordofobia (preconceito contra gordos), faz com que muitas pessoas adotem estratégias desumanas para chegar ao padrão considerado ideal. A bariátrica, por exemplo, tem um alto índice de erros. Muita gente fala que ‘é uma questão de saúde’ e acha que os problemas estarão resolvidos se for magros, mas na verdade querem alcançar um padrão de beleza. O corpo gordo é associado a alguém preguiçoso ou menos capaz, o que não é verdade. É preciso questionar e discutir isso.
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