O ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou na segunda-feira, 6, redução de 29% nos investimentos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo ele, o MEC vai diminuir o teto global de financiamento por curso de R$ 42 mil para R$ 30 mil por semestre letivo. Com isso, cada aluno poderá receber no máximo um auxílio de R$ 5 mil por mês - o teto anterior era de R$ 7 mil.
A medida vale para contratos celebrados a partir desta terça-feira, 7, quando serão abertas as inscrições. Mendonça assegurou que os contratos vigentes não serão afetados. Atualmente, cerca de 1,5 milhão de alunos são beneficiados em graduações de universidades e faculdades privadas. A implementação do teto, com base em lei sancionada pelo presidente Michel Temer em dezembro, faz parte da reestruturação do Fies. De acordo com o ministro, outras mudanças serão anunciadas até o fim do próximo mês, com objetivo de tornar o programa "mais sustentável". "Tomaremos medidas bastante firmes para o próximo semestre", declarou.
Mendonça anunciou que serão abertas 150 mil vagas para o Fies. O número é o mesmo ofertado no primeiro semestre de 2016. No total o governo prevê orçamento de R$ 1,5 bilhão para novos contratos. Por ano, o programa custa R$ 20 bilhões, além de cerca de R$ 9 bilhões extras com custos fiscais.
Para Rodrigo Capelato, do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), a mudança afeta na prática só aqueles que querem cursar Medicina. "Os cursos chegam a custar de R$ 6 mil a R$ 7 mil/mês. Para os demais cursos, a mensalidade média no semestre passado foi de R$ 970." Para Sólon Caldas, da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), "desde 2015, o aluno já não consegue 100% do financiamento". "Agora ainda terá de arcar com essa diferença."
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