Sonegação fiscal bilionária envolveria cervejaria

Quatro pessoas estariam presas, inclusive dois sócios de uma empresa considerada de "fachada".
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A Operação "Valeta", desencadeada nesta quinta-feira (07) pela Delegacia da Polícia Federal de Marília teria como alvo principal uma tradicional cervejaria em Assis. O prejuízo fiscal chegou a R$ 2 bilhões, segundo nota distribuida há pouco pela PF. A operação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Assis. Dos presos preventivamente, um é advogado, de São Paulo; um contador; de Paraguaçu Paulista; e dois de Assis, sócios de uma das empresas considerada "de fachada" da cervejaria.

De acordo com o site Assiscity, as investigações da PF revelaram a existência de uma organização criminosa entre os sócios da cervejaria e os sócios de outras quatro empresas , também daquela região. O objetivo era fornecer, através de empresas de fachada, estrutura patrimonial, empresarial, contábil e bancária para que a cervejaria continuasse a produzir, vender e sonegar tributos.

Boa parte dos automóveis utilizados pela fábrica estariam registrados em nome de empresas de fachada ou de terceiras pessoas, enquanto que o dinheiro oriundo de sua exploração comercial e industrial circulava perante contas bancárias das empresas de fachada para dificultar a fiscalização das autoridades. Com isso, protegia sua estrutura empresarial das constrições judiciais decorrentes da enorme dívida fiscal e trabalhista que possui e, ao mesmo tempo, continuava normalmente desempenhando suas atividades e sonegando tributos em escala cada vez maior e de forma reiterada e ininterrupta.

Foi apurado pelas investigações, ainda, que as pessoas físicas e jurídicas ligadas à cervejaria movimentaram cifras milionárias no valor de R$100 milhões nos últimos anos sem declarar à Receita Federal ou apresentaram evolução patrimonial incompatível com a renda declarada, ou seja, ativos financeiros milionários sem lastro lícito. Essa estrutura criminosa, segundo as investigações, atua pelo menos desde 2006 e adotava, como outro mecanismo de dificultação das fiscalizações, a constante e rápida alteração dos nomes e dos objetos sociais das empresas "fantasmas" envolvidas.

As investigações têm por foco, agora, revelar, em suas próximas fases, outros integrantes da organização criminosa e desvendar, também, crimes de lavagem de dinheiro e de estelionato contra União, além dos delitos de organização criminosa e de falsidade ideológica já revelados. Também fora efetivada contra os investigados a medida cautelar de sequestro de bens e valores destinada a assegurar o ressarcimento dos danos causados aos cofres públicos nessa década de atuação da organização criminosa.

Outras duas pessoas envolvidas nesse processo da Justiça de Assis já estão presos desde março deste ano: Fernando Machado Schincariol e Caetano Schincariol Filho, donos da cervejaria que foi alvo da operação nesta manhã.

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