O pai da menina Emanuelly Aghata da Silva, que morreu em março deste ano com sinais de espancamento, em Itapetininga (SP), afirmou durante a primeira audiência que agredia a filha com tapas no rosto como forma de disciplina e que a menina chegava a sangrar na boca.
“Eu dava umas palmadas nela e também uns tapas. Saía um pouco de sangue na boca. Ela desobedecia a mãe e eu corrigia a Emanuelly. Eu batia forte. Também já bati com uma boneca na cabeça dela que chegou a quebrar”, afirmou Phelipe Douglas Alves durante o interrogatório na audiência realizada na segunda-feira, 18.
Phelipe Alves, de 25 anos, e Débora Rolim da Silva, de 24 anos, estão presos na penitenciária em Tremembé. Os dois serão julgados em júri popular pelos crimes de homicídio, tortura, cárcere privado e adulteração de local do crime.
Durante o depoimento, Phelipe negou a acusação de que matou a filha e de que a torturava. Porém, admitiu que a agredia.
“Eu estava na casa e ela estava de castigo porque já tinha desobedecido a mãe. Quando a Débora chegou, eu fui comprar um cigarro. Ao voltar, meu filho menor disse que a Manu tinha arranhado a mãe. Eu fui lá no quarto e dei umas palmadas nela”, alegou ao juiz.
De acordo com Phelipe, na sequência a menina urinou na calça e, ao levar ao banheiro, ele a empurrou. Na sequência, o pai alega que a criança teria escorregado, batido a cabeça e ficado desacordada.
Phelipe também confirmou durante o depoimento que já tem passagens na polícia pela lei Maria da Penha contra Débora e também por furto, além de ter sido usuário de maconha, crack e cocaina.
Depoimento da mãe: Débora também prestou depoimento durante audiência. Questionada pelo juiz sobre as denúncias dos crimes de homícidio, cárcere privado, tortura e fraude processual, ela negou todos.
Segundo a mãe da criança, o pai a batia nela quando a desobedecia. Na noite da morte, ela alega que a filha a arranhou com um arame e quando Phelipe soube, foi conversar.
“Ele soube que ela tinha me arranhado e foi lá conversar com ela. Não ouvi grito e nem choro. Ele disse que caiu e que ela teve convulsão. Aí tentamos reanimar ela com acetona e ela já estava molhada com xixi. Aí chamamos o Samu”, relatou a jovem ao juiz.
De acordo com Debora, ela não agredia a filha e que a menina sofria queda capilar. “Ela era uma menina doce, meiga. Só me desrespeitava. Já o Phelipe ela obedecia. Ela estava com hematomas, mas eram poucos por causa das quedas que sofria. O cabelo ela tinha problema de queda porque eu prendia muito forte”, afirmou durante depoimento.
Para a policial, a frieza dos pais, principalmente da mãe, chamou a atenção durante o socorro da criança.
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